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Um olhar atento,
talvez, cheio de lamentos...
Foi assim que me virei.
Me recolhi na solidão de um sofrimento,
caminho que não sei mais se fiz assim.
O que sei de fato, veio com o tempo,
a descoberta dessa pouca sorte,
- que talvez o mundo, talvez eu -
tenho em mim...
Corri em desespero sem os pés o chão sequer tocar,
gritei de angústia sem um som sibilar.
Busquei, busquei no vazio uma resposta,
um abraço verdadeiro a me confortar.
Mas a tristeza não deixou.
Me recolhi, no vazio dos sorrisos que nada dizem
que o tempo fez e não levou.
Minha força pode ter inspirado muitos,
mas já não mais me sustenta em pé.
De amor estou morrendo,
e assim vai sendo: eu sem saber acreditar no seu "até".
Desesperado, quero apenas esperança.
Quero a parcela de felicidade que direito tenho.
Quero a porção de amor que sei que a mim está endereçada.
Quero reacreditar no mundo,
recompor sonhos,
sorrir dizendo "sou feliz".
Quero a chance de viver pleno,
curar as dores que há em mim.
Mas agora peço paciência...
Vou, do meu jeito,
me fechar no meu silêncio,
no meu barulho...
Vou, mesmo que em companhia de todos, de muitos, de poucos,
me recolher em mim mesmo por um tempo.
Lamento, e lamento desesperado...
Pois quero de novo sorrir
com lábios, olhos e alma
e assim, dizer para mim mesmo:
"eu posso, agora, ser feliz".
D'Artagnan Abdias.