Bem-vindos à CASA DE AMIGOS!

Dou as boa-vindas a todos e faço votos de boas leituras!

A princípio esse era um blog para que eu divulgasse meus poemas e textos. Hoje não sei mais... Talvez, junto comigo, ele tenha se transformado e essa "Casa de Amigos" venha a se tornar não só lar dos meus delírios como também de meus desabafos...

Acompanhem também os textos no Arquivo do Blog (disponível no lado esquerdo da página)...

Comentários são sempre bem-vindos!

Páginas

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Fusão de confusão, expressão e saudades...

Definir-te é loucura,
Esmaecer em tentação
Faço sempre em tua doçura...

Como de impropério tecidos,
Arrebatas peito meu
Com dor insanamente gostosa
Que aquele beijo me deu...

Horas vagas em uma cama
Passara apressadas imagens raras.
Momentos lúcidos não-vividos
Propiciaram-me a memória dada.

É como dizer “te amo”,
Mas de amor confuso proclamo.
Tempo passado nos remonta
Distância presente em nossa conta...

Definir-te sentimentos
É, insanidade, desnecessária.
Falar-te de amor,
Logo depois de chamar-te pátria!

Não venho falar-te.
Em sentimentos certos,
Escrever meus versos...
Venho cantar-te o doce desejo,
Que aquele beijo me revelara.

Sem palavras, nada afirmo.
Amor ou desamor, dou-lhes ao tempo...
Mas de ti, falo abertamente:
Fui coração seco, recém querente;
Sou maleável, esperançoso como o vento...

Saudações abençoadas,
Apenas te escrevo.
Nada mais te digo em ousadia,
Esperando que meu relento
Desmanche-se por dentro.

Fusão de confusão,
Expressão e saudades
Foram esses versos.
Calo-me... Talvez em momento,
Outrora, eternamente,
Calo-me!
E... Apenas, te agradeço.

D’Artagnan Abdias.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Lembre-te de palavras tuas...

Querido amigo,

Ao ler suas notícias, interpus-me em profundo silêncio, procurando as respostas das quais você também busca. Não garanto efetivamente tê-las encontrado. Muito menos, afirmo que conseguirei relatar aquilo que descobri em minh’alma.

Não posso imaginar a dimensão de seu sofrimento. Reconhecendo a grandeza de sua alma, sua força, delicadeza e história pessoal, de fato, não garanto que muitos chegariam até onde você chegou.

Sua evolução perante o resto da humanidade está em grau tão acentuada que é como se não fosse um de nós, mas alguém mais elevado. Contudo, como diz o ditado, “santo de casa não faz milagres”. Não acredito que seja facilmente reconhecido em nosso meio, humano.

Imagine... Recrie toda sua vida e some seus anos. Onde você acha que um jovem de sua idade estaria? E o que pensa que ele estaria fazendo? Garanto-lhe que nem um terço do que você foi capaz de fazer. É espantoso pensar em seu progresso, princípios, virtudes e fatos. Como consegue tudo isso? Você é muito mais que um jovem de dezoito anos, sempre foi!

Não possuo muito tempo em ócio para escrever-lhe o “testamento” que tanto acho digno, por isso, escrevo-lhe esta carta mais simples.

Tu, meu amigo, buscas aquilo que o homem, há tempos, se esquecera; aquilo que os poucos, que se alertam à sua necessidade, vêem da forma romantizada e perfeita transpassada pela mídia. Mas tu não! Tu buscas mais... Quer sim alcançar o amor, felicidade, respeito, sucesso. Contudo, não os buscas na perfeição, na mídia, no impossível; busca-os nas essências feias de que nasceram, busca-os do jeito mais virtuoso e original – do jeito que deve ser.

Como bem sabes, o amor é feio, duro e seco. Não devemos esperar nada de belo e perfeito nele... Não! Ele está aquém disso, não se importa, verdadeiramente, com coisas superficiais e mundanas, com sua secura, amarguês, sofrimento e tudo mais que pode causar! Amor... Ah! Querido amigo, esse se importa com o que pode transmitir e isso, sim, é belo, macio e suave... Confundimos sempre isso.

Esperamos muito que alguém nos ame, com isso, nos distanciamos de sua nostalgia, pois essa não está em sermos amados, mas em amarmos. É isso que torna o amor belo. Não é quem nos ama, mas quando amamos. Paremos de buscar no que é amargo o doce. Se vamos beber da fonte do amor temos que saber sempre que: enquanto nós oferecemos a fonte do açúcar, a vida (o amor, a sociedade e todo resto) nos oferece a fonte do amargo; e devemos bebê-la! Só assim, experimentaremos de fato o amor.

Amar não é belo enquanto se ama... Sofre-se, rompe-se, chora. Ele é belo quando, após ocorrido algo, olhamos para trás e lembramos do quão feliz foi aquele momento; além do sofrimento daquele ou de outros, mas apenas a essência de uma rara e refinada alegria que já se foi.

Beleza é eterna, mas nem sempre a mesma. Sua eternidade não estar em perpetuar-se desmedidamente pela imortalidade dos tempos, dos homens, pessoas, sociedades – ou seja lá o que for. Está sim no fato de que o belo é o todo, e esse está em constante renovação; por isso, não se perde ou decai, apenas perpetua.

Virtudes menores são constantemente sacrificadas pelas pessoas para que a moral maior, talvez a ética, seja perpetuada. Assim também são os sentimentos puros. Sacrifícios menores são obrigatórios para o equilíbrio de suas existências. No caso do amor: nem sempre o desejo de amar, ou mesmo de ser amado, é prudente; afinal, nem sempre estamos cientes do que queremos, do que fazemos, do medo e do que é de fato o amor. O amor é paciente, sabe esperar, mesmo que deixando a janela aberta – alguém ainda pode pulá-la, lembre-te disso.

Com certeza, já paraste para pensar que o mundo de hoje ama efemeramente, e sofre oceanos de turbulência até o próximo amor. Isso não é por acaso. Os homens negam, e negam fervorosamente, o amor puro (feio, duro e seco); e, com isso, buscam desmedidamente a paixão – uma velha ilusão de que tudo é perfeito. Ora, pois, o mundo humano nada tem de perfeito... Com isso, em que lugar caberia a ilusão de um momento perfeito que se perpetuou por pouco tempo? Ele acaba com toda a esperança de perpetuação do todo, o qual duas pessoas juntas são capazes de proporcionar. E essas se separam para buscar novamente aquele doce chocolate perfeito e finito. Contaríamos, em poucos números, os que realmente buscam a essência por trás de tudo, a essência do verdadeiro amor – e muitos desses só o fazem depois de anos, talvez décadas, de largos sofrimentos e estreitas alegrias.

Horas, dias, tempos de solidão não são ruins quando nos conhecemos e conhecemos, também, a amplitude de nosso amor; sendo capazes de transmiti-lo a qualquer um, ou mesmo, a qualquer coisa. Quando temos essa ciência, em mãos, momentos só não nos assustam, nem entristecem; fazem-nos pensar em como dar mais passos rumo a nosso indescritível ser essencial – aquilo que de fato somos. Contudo, quando buscamos em alguém um espelho – meramente fosco – para poder nos observar, mesmo que de forma tão abstrata e irreal, esses momentos nos doem mais que perder a própria alma – talvez porque, em teoria, já a tenhamos perdido; se não conhecemos nosso próprio eu, quem nos garante que ele de fato é nosso? Tenho a plena certeza de que tu sabes disso muito bem.

O grande erro de hoje, erro esse que creio ser uma das maiores causas de teu sofrimento, é que as pessoas estão por aí, buscando serem amadas, mas se esquecem de buscar amar também. O egoísmo social chegou a tal ponto que nos interessa que sejamos amados, mas pouco pensamos em dar de nosso amor ao outro, seja quem for, sem medo de arriscar.

Tu, porém, meu amigo, amaste tanto, arriscaste tanto que perdera tuas forças e, nesse caso sim, precisas ser amado, sentir-te acolhido e abraçado pelo amor, para que possas, enfim, libertar-te dessas amarras do cansaço, fadiga e descrença que nosso mundo te impôs. Por essa linha, quando isso acontecer, voltarias a amar novamente como sempre fizeras. E, então, serás tu novamente: o amante eternamente inocente.

Mas, se queres um conselho desse teu velho e fatigado amigo, não desanimes. Enfrentaste tantas desgraças em tua vida para te deixar abater por essa. Não! Erga-te da cadeira de onde estás. Ponha-te pronto, já! Vista teu melhor traje e saia, saia descompromissadamente; visite teus lugares favoritos, assista bons filmes e peças, escute boa música, cante, dance. Dê uma chance à vida... Mas faça-o agora, enquanto é forte, jovem. Mude o mundo, no qual os jovens erram e os velhos se concertam. Concerte-te já. Não espere ser amado, mas ame! Conquiste a ti mesmo todos os dias, horas, minutos, segundos... ame! Faças como sempre fizeste. Afinal, a tristeza humana e sua desilusão no amor não estão em não serem amados, mas em não buscarem, ou mesmo não saberem, amar!

Sobre a felicidade... Lembre-te de palavras tuas: “felicidade é uma gota refinada extraída após tempos de sofrimento e aprendizagem”.


De teu eterno amigo,
A Vida.

D'Artagnan Abdias

Certamente, mais...

É como se o mundo terminasse
Tudo se extinguisse, sem tempo...
Com o passar das horas
O tudo se torna nada.

A lembrança que erradica na memória
É mais uma vez falha.
Recordo-me de momentos pequenos,
Que não mais suporto.
São noções emprestadas
Que minha mente, quase sadia, me doara.

Motivo de insanidade
Ainda que pequeno,
Pôde que, mais em um momento,
És colo teu! Doce mel de único labor...

Como poderias? Como aceitarias...
Se outro não me tornas tu!
És, pois, vento insano meu.
Tempero doce de meu prato diário
Fogo íntimo recém incendiário...

Desgraças minha carne com teu sabor
E rasgas minhas sensações com tua ilusão.
Doce... Doce... Mais doce... mais que mel!
Quão poderias ser? És incenso novo
Constantemente renascer.

Aqueles passados, completamente inacabados,
São memórias vagas.
Prefiro me pôr a tecer sonhos
Do que relembrar acasos...
Talvez mais! Sim, certamente mais!
Preferiria, eu, esta noite,
Dormir em teus braços...

D'Artagnan Abdias

Aquela tarde...

Dedicado a um inocente amor meu...


Quão vaga é memória nossa,
Quando em prazer se exalta.
É estranho saber falar
Do resultado elevar a expressão.
Sadiamente é dizer
Que vagos feixes nos fazem a ação,
Passageiramente recordada.

Mas me esforço,
Me torço
Retorço.
Espremo e extraio.

Recordo-me bem, daquela tarde,
Cuja madrugada obscura anterior
Te revelara de meu amor.
E com o passar dos passos,
Bem marcados de um relógio surdo,
O tempo revelara-nos em ardor.
Não defino em outro termo
Momento prazerosamente e
Insano nosso.
Tarde, aquela, em que fizemos amor.

Vi, o seu doce malandro olhar
Que, rápido, pedia, o que de mim,
Há muito lhe queria.
E no movimentar intenso de lábios e mãos
Vi mordidas e muitos arranhões;
E esses compunham a sintonia final
Daquela dança.
Um dueto que dançamos juntos,
Aquela tarde.

Uou! Quão prazerosa foi!
Amor retraído, escondido
Amizade resistente,
Olhares carentes...
Só assim nos defino.

Ainda estou aqui.
A relutar pensamentos
De desejos passados
Eternamente preferidos.
Que na tarde, aquela,
Tu realizarás!

Doce amigo amado.
Amizade eternamente professada.
Amantes, tarde essa,
Completamente abnegados.

Sussurrado ao vento,
Entrego-te, apenas,
Palavras adentro:
Amo-te, amigo meu,
Como não ouso
Mais a amar ninguém.
Em amizade nossa,
Dança sola,
Me contém. Porém,
Aquela tarde...
Desejo de ensaio,
Renovação e atraso,
Se eterniza em minha memória.
E você... Feliz, quero te ver,
Em meus braços ou não!

D'Artagnan Abdias

Se ama


Amar é uma forma de expressão,
não do corpo, mas da alma.
É doar-se em todo a tudo.
Infeliz ou feliz também se ama,
e vai se amando, se doando...
Corre-se riscos, perdas, ganhos,
Mas se ama!

Se ama a quantos?
a um, pois,
com este apenas pode-se
simplesmente amar.
Se correr atrás é regra,
amar é a contra-regra.
Ele vai além, compreende.
Cria, recria, atordoa e espera...
Apenas espera.
Paciente e atenciosamente
se ama a esperar
e não se espera a amar.
Se, se sofre ou sorri, não há regra,
apenas se ama!


D'Artagnan Abdias

sábado, 1 de agosto de 2009

Soneto de exaltação

De sabedoria nos dedicas
Na arte a cantar se manifesta.
Expressivas ou não sois bela
Com a rosa que se entrega.

Dia após dia se fortalece
Delírio de muitos e razão apagada.
Casa, proclama e enaltece.
Gera a vida em fertilidade contemplada.

Se todos o tivessem...
Se o mundo fosse dele...
Não haveria os que o proíbem.

Exalta-se amor!
Exalta-se amar!
Ah, por nós, viva a brilhar!

D'Artagnan Abdias

Canto à Vida

De campos sem vez...
A vida é arte pura
Da própria natureza que a fez!

Ora, vida, vida bela...
Canta o norte que se entrega.
Ao longe vem nascendo
O onipotente, sempre crescendo.

Só uma certeza paira aqui
É a morte, grandiosa dama,
Senhora que vem dali.

Vida, vida longa
De beleza singular, és vida
Que se entrega e prolonga!

D'Artagnan Abdias

Não há em mãos...

Dedicado a minha mãe, Dolores.

Tenho, pelo tempo, vagado;
Em horas e passado procurado.
Sem sucesso, coloquei-me a voltar
De cabeça baixa fugindo ao olhar!

Não pude ir além,
Não encontrei busca aquém.
Apenas achei amor,
Palavra de que não ouso compor.

Ora, pois! De amor posso falar,
Mas, não quero o profanar.
Não sei, só, como ir
Apenas dizer para ti:

Fui ao tempo e não em relento,
Busquei em terra e mar deste a dentro.
Não encontrei-te definição,
Pois, és só meu este amor que não há em mãos...

Criei, então, versos
Fora de foco e nexos.
Mas, versos teus
Que, outrora, foram meus!

Em homenagem: és mãe!Então, não ouso definir-te: amar!

D'Artagnan Abdias

Desvendando a Vida

A vida é como o ser
Não se conhece se não pertencer...

Nesse pertencer tentamos tudo,
Menos a graciosa história
De realmente amar...

Esse amar não é tão igual
Vem do profundo, do mais essencial.
É um amar sem títulos
Sem bem nem mal.

Esse equilíbrio a dois
Não se faz em par.
Mas em uno perfeito
Do conhecer-se
E enfrentar nosso mar...

Um mar de vastidão
Que vem de rios de emoções,
Cachoeiras de sensações,
Mananciais de nosso profundo ser,
Natureza de diversidade e união
Sobre um belo mar à tentação.

A vida é do singelo, o essencial,
De nossa essência, a totalidade,
Da igualdade, a uma diversidade,
Da natureza, a mãe cultuada,
Da magia, o verdadeiro poder,
Dos sábios, os livros,De todo o um, o verdadeiro saber.

D'Artagnan Abdias

Recordações

Para que parar?
Para que quieto estar?

Dei-me um motivo
Para as festas e drogas
De esquecimento e subversão.
Tragam-me um porquê
Dessa rebeldia à verdadeira tradição?

Em um passado antigo
O homem tinha valor
Pelo seu eu sabido.
Hoje em dia,
Damos valor a um papel tingido...

Nosso eu se perdeu.
A sociedade se esqueceu...
Por que festas?
Se não mais cultuamos
O real original...
Por que fugir?
Se não erramos
Em nosso ser...

Drogas para remédios,
Festas para o nós...
Esquecimento não,Volvemos às recordações!

D'Artagnan Abdias