Quão vaga é memória nossa,
Quando em prazer se exalta.
É estranho saber falar
Do resultado elevar a expressão.
Sadiamente é dizer
Que vagos feixes nos fazem a ação,
Passageiramente recordada.
Mas me esforço,
Me torço
Retorço.
Espremo e extraio.
Recordo-me bem, daquela tarde,
Cuja madrugada obscura anterior
Te revelara de meu amor.
E com o passar dos passos,
Bem marcados de um relógio surdo,
O tempo revelara-nos em ardor.
Não defino em outro termo
Momento prazerosamente e
Insano nosso.
Tarde, aquela, em que fizemos amor.
Vi, o seu doce malandro olhar
Que, rápido, pedia, o que de mim,
Há muito lhe queria.
E no movimentar intenso de lábios e mãos
Vi mordidas e muitos arranhões;
E esses compunham a sintonia final
Daquela dança.
Um dueto que dançamos juntos,
Aquela tarde.
Uou! Quão prazerosa foi!
Amor retraído, escondido
Amizade resistente,
Olhares carentes...
Só assim nos defino.
Ainda estou aqui.
A relutar pensamentos
De desejos passados
Eternamente preferidos.
Que na tarde, aquela,
Tu realizarás!
Doce amigo amado.
Amizade eternamente professada.
Amantes, tarde essa,
Completamente abnegados.
Sussurrado ao vento,
Entrego-te, apenas,
Palavras adentro:
Amo-te, amigo meu,
Como não ouso
Mais a amar ninguém.
Em amizade nossa,
Dança sola,
Me contém. Porém,
Aquela tarde...
Desejo de ensaio,
Renovação e atraso,
Se eterniza em minha memória.
E você... Feliz, quero te ver,
Em meus braços ou não!
D'Artagnan Abdias
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