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terça-feira, 14 de julho de 2009

Alienação Amorosa

Como pode entender o amor puro e simples pelo poder de amar e não desejar? Amar é desejar, é querer estar perto e ir junto. Não entendo como muitas vezes amamos e “desamamos” com tanta facilidade... Se amar é tão intenso deveria ser uma vez só. O que acontece com o mundo de hoje? Muitas vezes dizemos “eu te amo”, e trocamos juras de amor, mas não somos capazes de amar uma vez só.

Jovens de hoje se deixaram levar pela paixão no lugar do amor. A efêmera paixão hoje é sinônimo de amor. Quando trocamos juras e mais juras amáveis e belas de amor deveríamos apenas dizer paixões, pois um dia sabemos que vai acabar, se esgotar. O amor não. Longe ele alimenta a saudade, o caos, a desordem, a raiva e o ódio – dependendo do porque da distância. É irônico dizer, mas amar é ser egoísta; gostar e se apaixonar não!

Tudo bem, casamentos passados só permaneceram intactos pela submissão da mulher e não legitimidade do divórcio. Mas e os casamentos mais antigos ainda. Quando o amor era mútuo e próspero e o segredo do amar era a dedicação? Ora, é fato que qualquer sentimento pode se dispor de um fim. Não há mistério nisso. Mas porque a amizade perdura mais, porque somos mais amigos e familiares que amantes?

Há tempos venho pensando nisso. Acho que encontrei uma solução.

Ponha-se a visualizar um esquema bancário um pouco diferente: Você deposita certos valores, com o passar do tempo ele é diminuído pelos impostos, juros e demais encargos prestados. Por isso, você deve sempre está atualizando a conta bancária. Quando necessário, por motivos quaisquer, fazemos retiradas, pequenas ou grandes, e elas são computadas. Para sanar o baque bancário fazemos depósitos, que são consumidos por juros e impostos sobre os mesmos valores, portanto, para retornar a quantia anterior precisamos depositar um valor maior do que aquele que retiramos, a fim de sanar os encargos prestados.

É exatamente assim um sentimento, o amor. A cada retirada precisamos depositar um valor maior de dedicação e afeto. Dinheiro não se reproduz por si, o amor também não. Uma retirada não tem o mesmo valor de um depósito, este último tem um valor menor, menos perceptível. Se ao invés de pensar na separação, no abrir caminhos, “mudar de banco”, pensássemos: Vou investir, aumentar a conta bancária a fim de sanar os encargos da vida e sobrar mais para o desfrute de um bom “nível bancário”, talvez mais da metade dos relacionamentos estariam a salvo.

Se houve amor em algum momento da relação e ela acabou é porque com certeza alguém retirou mais do que colocou. Se fossemos menos orgulhosos e individualistas seria mais fácil perceber a facilidade com que se conquista créditos em uma conta. São pequenos valores que devem ser colocados juntos para, então, somar uma grande quantia de depósito.

Mas, com a sociedade atual, a crise de alienação pessoal e social, a individualização e o capitalismo sem limites, de fato estamos longe disso. E dessa forma, nos fadamos ao sofrimento e solidão. Sim solidão. Podemos ter milhares de companheiros em festas e nas noites por aí a fora, mas pense se algum desses “ficantes” realmente lhe fez companhia, ou se só lhe proporcionou momentos de alienação e prazer. Salvo que existem raras exceções, mas são tão raras que estatisticamente é um número não computado.
Pense: alienar-se para esquecer-se da dor é prolongar um sofrimento que tem fim.
D'Artagnan Abdias.

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