Talvez essa seja a carta mais sincera que já escrevi,
Mas talvez também seja a mais sonhadora...
Lamentos e lamentos poucos
Todos nos damos,
Mas quase nenhum conta nossos “termos poucos”,
Nossos sonhos mais sutis.
Noites adentro, encostado no travesseiro,
Vendo o sono fugir e os sonhos reluzir
Juntos àqueles loucos pensamentos...
É isso que me motiva,
Mas queria me motivar mais...
Fico pensando na vida,
Escutando o coração sonhar,
Mas bater tão dolorosamente...
Não tenho mais a idade de acreditar em lindos príncipes
Ou de sonhar com a pessoa perfeita,
Mas escondidamente sonho
Com minha perfeição imperfeita.
Penso que é como girar
E girar de braços bem abertos...
Uma hora sabemos que vamos cair,
Às vezes dói, outras nem tanto,
Mas levantamos
E giramos, giramos de novo.
Em algum momento estaremos sabendo girar
Tão bem que,
No máximo,
Só vamos desequilibrar...
No canto mais sombrio e aconchegante de nossos momentos
Teço e sonho tempos,
Tempos em que eu não mais choro alentos.
Já amei um dia,
E sei que posso amar mais.
Quero aquela pequena profecia
Que diz de cada homem há um par!
Sei que não sou perfeito
Tão pouco o queria ser
Vejo beleza e sonhos
Naquilo que não se pode ser,
Por esse modo, ser ou ter alguém perfeito
Seria uma triste história de não sonhar.
Mas quero alguém assim como eu,
Imperfeito que ama o perfeito por não o poder tocar!
Sei que o mundo é um mar de rosas:
Cheio de espinhos,
E assim o nosso a dois também o será,
Mas para aqueles que sabem sonhar
Os espinhos sãos escadas
Escadas, escadas, escadas
Pequenas escadas, de preço justo
Para tocar o macio dos sonhos
Das pétalas distantes de beleza pura
Da perfeição imperfeita a se idealizar.
Conto meus momentos,
Não pelos alentos,
Mas pelos sonhos vividos a cada momento.
Alguns, sei que não foram como previsto
Outros foram ainda mais intensos
Mas todos são sonhos vividos
Que me contam contos contentos.
Nessa hora e sonho,
Nessa carta sincera
São os termos poucos que busco atento.
É esse desejo louco de apenas amar.
Sou uma pessoa que sonha,
Mas que não perde o chão,
Com a cabeça nas nuvens, imagino multidão.
Mas é o coração bobo que me faz cantar
Ao imaginar aquela velha cena de alguém a te abraçar...
Sentados no sofá vendo filmes chatos
Evitando contar o tempo, fazendo o amor durar.
São momentos simples, infantilizados
De carinhos bobos e risos longos
Pois para mim, todo termo pouco
Vive nesse jeito bobo.
E aí, ao deitar junto às estrelas,
Com o coração de bobo,
Faço uma prece ao céu:
“Quero alguém pra dividir o mundo...
Tornar vivível todos esses sonhos loucos,
Mesmo que irrealizáveis,
Pois serão nossos termos poucos.”
D'Artagnan Abdias.
5 comentários:
Que maravilhoso!!! Vc sabe transcrever como ninguem o que nos vai no fundo da alma....
Parabéns!!!
vc escreveu tudo o que sinto...e da forma mais linda..parabéns!
Obrigado querida!!! Apenas falo o que está na minha alma e que consigo, às vezes, passar ao papel/à tela...
Temos a capacidade de sonhar... Por muito tempo me perguntei a sutil diferença entre sonho e ilusão. Dicionários não me ajudaram muito... Mas no fim das contas cheguei à seguinte conclusão: Ilusão é um sonho que não pode ser sonhado a dois.
Sei que a vontade de amar e ser amado de uma maneira não mágica, mas sim reciproca, não é uma ilusão. É sim um sonho. Sonhado por mim, por você, por alguns de meus amigos que como nos são perseverantes... Mas sabe qual a melhor coisa de um sonho? É o que no dicionario o difere da ilusão: O sonho pode ser realizado!
Alastus, caramba! Incrível seu comentário... conseguiu definir meu pensamento, principalmente ao compor esse poema! Sou um homem de sonhos, em busca de realizá-los! perfeito! Obrigado...
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